Quer compartilhar idéias sobre tudo: beleza, saude, make up,compra, venda, troca, organização, ciências em geral, etc...então vem pra cá!


MD Saude

  

 

Bom, primeiramente quero dizer que "sofro" do Mal de Hashimoto e resolvi postar. Para controlar minha tireóide tomo diáriamente 1 comprimido de Euthyrox 50, em jejum, e tomarei para o resto da vida. vejam como é, primeiro vamos entender melhor a tireóide, ou melhor, seus sinomas...

DOENÇAS E SINTOMAS DA TIREÓIDE

Entenda o que é, como ela funciona e quais são os sintomas da tireóide. Saiba a diferença entre hipertireoidismo e hipotireoidismo.

Vamos esclarecer uma coisa logo no começo, tireóide (ou tiróide) é um órgão e não uma doença. É muito comum ouvir as pessoas dizerem que têm tireóide como se isso fosse um problema de saúde. Ora, tireóide todo mundo tem, isto não quer dizer nada. Para haver algum significado é preciso dizer qual o problema que a mesma apresenta: hipotireoidismo, hipertireoidismo, câncer de tireóide, nódulo na tireóide, etc...

A tiróide (ou tireóide), é uma glândula em formato de borboleta localizada na base do pescoço, à frente da traquéia. Ela produz dois hormônios chamados de triiodotironina e tiroxina, mais conhecidos como T3 e T4, respectivamente. Esses hormônios são os responsáveis pelo metabolismo do corpo, ou seja, o modo como o organismo armazena e gasta energia.

 


Quando a tireóide funciona muito e produz hormônios em excesso, chamamos de hipertireoidismo. Quando funciona pouco ou quando esta foi removida cirurgicamente devido a um tumor, chamamos de hipotireoidismo.

Reforçando o conceito:
- Hipertireoidismo = produção exagerada de hormônios tireoidianos
- Hipotireoidismo = produção insuficiente de hormônios tireoidianos

Temos textos específicos sobre as duas doenças:
- HIPOTIREOIDISMO (TIREOIDITE DE HASHIMOTO)
- HIPERTIREOIDISMO E DOENÇA DE GRAVES

A falta de hormônios tireoidianos ou hipotireoidismo, diminui nosso metabolismo e causa os seguintes problemas:

Sinais e sintomas do hipotireoidismo

- Bócio (veja mais abaixo)
- Astenia
- Pele seca
- Dor nas articulações
- Síndrome do túnel do carpo
- Constipação intestinal (prisão de ventre)
- Aumento do colesteol (leia: colesterol HDL, colesterol LDL e triglicerídeos)
- Alterações da menstruação
- Ganho de peso
- Intolerância ao frio
- Perda de cabelo
- Letargia
- Edemas (Inchaços)
- Em casos graves e não tratados: Coma

Já o excesso de hormônios, chamado de hipertireoidismo, causa:

Sinais e sintomas do hipertireoidismo

- Aumento do suor
- Intolerância ao calor
- Proptose do olho (olhos esbugalhados)
- Palpitações e arritmias cardíacas
- Perda de peso
- Aumento da sede e da fome
- Irritabilidade e ansiedade
- Tremores das mãos



Proptose

O bócio é o aumento de tamanho da tireóide que pode ser notado como um abaulamento na região anterior do pescoço. Pode ocorrer no hipotireoidismo e no hipertireoidismo.

Era um sinal muito comum no início do século XX devido a deficiência de iodo na alimentação (o iodo é um elemento necessário para a formação dos hormônios tireoidianos). A partir da metade do século passado, o iodo foi adicionado ao sal de cozinha e desde então deixou de ser uma causa comum de bócio.



As principais causas de hipotireoidismo e hipertireoidimo são as doenças auto-imunes (aquelas em que o organismo indevidamente produz anti-corpos conta ele mesmo), a destacar a doença de Graves no hipertireoidismo e a doença de Hashimoto no hipotireoidismo. A remoção cirúrgica da tireóide, ou a sua destruição por iodo radioativo também são causas comuns de hipotireoidismo.

O diagnóstico, em geral, é feito com analises de sangue, através da dosagem do TSH e do T4 livre. Nos textos sobre hipertireoidismo e hipotireoidismo explicamos com mais detalhes os efeitos do TSH sobre a tiróide.

O tratamento é feito com reposição de hormônios no hipotireoidismo, ou com drogas que inibem a produção dos mesmos no hipertireoidismo.
.....................................................................



Leia mais: https://www.mdsaude.com/2009/02/doencas-sintomas-tireoide.html#ixzz0lgQyI0eL

 

 

HIPOTIREOIDISMO (TIREOIDITE DE HASHIMOTO)

Hipotireoidismo é nome da doença que ocorre pela mal funcionamento da tireóide. Entenda o que é tireoidite de Hashimoto e como diagnosticá-la.

Hipotireoidismo é o nome que se dá quando a glândula tiréoide produz uma quantidade insuficiente dos seus hormônios.

Antes, uma rápida explicação de como funciona a tireóide. É um mecanismo extremamente simples, mas com nomes complicados.

A tireóide produz 2 hormônios que controlam nosso metabolismo, chamados de T3 e T4.

A glândula pituitária ou hipófise, localizada na base do cérebro, controla o grau de funcionamento da tiróide através de um hormônio chamado TSH (em inglês, Hormônio Estimulador da Tireóide).

Quando existe pouco hormônio tireoidiano circulante, a hipófise aumenta a secreção de TSH, estimulando uma maior produção de T3 e T4 pela tireóide. Quando existe muito hormônio circulante, ela diminui a secreção de TSH, desestimulando a tireóide a produzir T3 e T4. Assim, o organismo consegue manter seu metabolismo em um nível ideal.

 


O Hipotiroidismo, então, pode ser causado por um problema na tireóide que impeça a secreção de seus hormônios (hipotireoidismo primário), ou por um problema na hipófise que iniba a secreção de TSH, inibindo por consequência a produção de T3 e T4 (hipotireodismo secundário).

A distinção é muito fácil através do doseamento dos TSH e T4 no sangue. Quando a tiróide tem um problema e começa a produzir pouco hormônio, a hipófise aumenta progressivamente sua produção de TSH para tentar contornar esse déficit. Então, no hipotireoidismo primário encontramos o TSH elevado e o T4 baixo.

Agora, se o problema for central, na hipófise, encontraremos um TSH baixo por falta de secreção, e um T4 também baixo por falta de estímulo para sua produção.

99% dos casos são de origem primária. As 2 principais causas são a tireoidite de Hashimoto e remoção cirúrgica (tireoidectomia) ou irradiação da glândula tireóide para tratar outras doenças como hipertireoidismo e câncer.

TIREOIDITE DE HASHIMOTO

O Hashimoto é uma doença auto-imune, com destruição da glândula pelos nossos próprios anticorpos. É 7x mais comum nas mulheres e apresenta uma clara relação familiar. O processo é lento e silencioso nos primeiros anos.

Ocorre da seguinte maneira:

Surgem os anticorpos que começam a atacar a glândula. Conforme as células da tiróide vão sendo destruídas, os níveis de T4 e T3 vão caindo. Neste momento, a hipófise aumenta a secreção de TSH estimulando as células ainda sadias a aumentar sua produção. Normaliza-se o T3 e T4 às custas de um TSH mais alto. Nesta fase o paciente não apresenta sintomas, mas nas análises de sangue já conseguimos detectar um TSH mais alto que o normal. É a fase de hipotireoidismo subclínico. Conforme mais células vão morrendo, mais TSH vai sendo secretado, até o ponto que as células remanescentes são tão poucas que já não conseguem mais produzir o T3 e T4 necessários para manter um nível sanguíneo desejado. Começam a surgir os sintomas do hipotireoidismo.

E quais são estes?
- Bócio
- Astenia
- Pele seca
- Dor nas articulações
- Síndrome do túnel do carpo.
- Constipação intestinal (prisão de ventre)
- Aumento do colesterol
- Alterações da menstruação
- Ganho de peso
- Intolerância ao frio
- Perda de cabelo
- Letargia
- Edemas (Inchaços)
- Em casos graves e não tratados: Coma

 

 


O hipotireoidismo leva a ganho de peso, mas NÃO É CAUSA DE OBESIDADE. É muito comum as pessoas justificarem sua obesidade pelo hipotireoidismo, quando na verdade essa condição leva ao ganho de apenas poucos quilos. Ninguém ganha peso suficiente para ficar obeso só porque está com esta doença. A obesidade só ocorre naqueles pacientes que já se encontravam em situação de sobrepeso.

O hipotireoidismo causado pela remoção ou irradiação da tireóide apresenta os mesmos sintomas do Hashimoto, com a diferença que seu início é abrupto e não progressivo.

Em crianças o hipotireoidismo leva a um quadro de baixo crescimento e retardo mental chamado de cretinismo ( daí a origem da palavra cretino). Os hormônios tireoidianos são essenciais para o desenvolvimento do cérebro.

Outra causa de hipotireoidismo é a carência de iodo, substância necessária para produção dos hormônios. Hoje existe suplementação de iodo no sal de cozinha e por isso, esse tipo de hipotireoidismo é mais raro nas áreas urbanas.

O diagnóstico é feito com a dosagem de TSH, T4 livre, e dos anticorpos contra tiróide (anti-TPO e anti-tireoglobulina). Hoje já somos capazes de diagnosticar a doença antes dela apresentar sinais clínicos. Uma das primeiras alterações é a elevação do colesterol que pode preceder em anos o início do hipotireoidismo franco.

Felizmente, também já existem hormônios tireoidianos sintéticos e o tratamento da doença consiste na simples administração diária destes.

 



Leia mais: https://www.mdsaude.com/2008/11/hipotireoidismo.html#ixzz0lgRPk7iS

 

 

 

 

 

 

COMA INDUZIDO

Saiba porque os médicos induzem os pacientes ao coma.



Quem já não leu ou ouvir falar que fulano de tal está em coma induzido?

Este termo é muito usado na imprensa e às vezes leva a conclusões equivocadas.

Para começar, temos que entender o que é o coma.

Dá-se o nome de coma à um estado de redução da consciência com perda parcial ou completa da responsividade aos estímulos externos. Uma pessoa pode estar inconsciente e ainda responder a estímulos dolorosos ou a chamados vigorosos.

Para avaliar o estado de coma, usamos uma escala chamada "Escala de coma de Glasgow", onde são levados em conta a resposta verbal, motora e abertura dos olhos aos chamados e a dor. Essa classificação varia de 3 a 15 pontos. A pontuação mínima (3) é dada quando o doente não responde a nenhum estimulo (coma profundo), e a máxima (15), em pessoas normais que não estão em coma.

O coma normalmente acontece em casos de agressão ao sistema nervoso central, nomeadamente do tronco cerebral, área que controla o estado de consciência. Pode ser ocasionado por um trauma, uma infecção, tumor, AVC, distúrbios metabólicos ou intoxicação.

Todo mundo já deve ter visto, pelo menos uma vez na vida, um coma alcoólico. Aqui no serviço de emergência em que eu trabalho, atendemos quase que diariamente pelo menos um caso de coma por drogas ilícitas, abuso de medicamentos ou álcool.

Alguns comas são reversíveis, outros não. O estado de coma é perigoso porque o doente não responsivo perde a capacidade de proteger suas vias aéreas, podendo facilmente aspirar secreções ou se asfixiar com a própria língua. O paciente normalmente perde o reflexo da tosse e a capacidade de engolir saliva. A aspiração de qualquer material que está na boca (saliva, água, vômitos...) é chamada de broncoaspiração e costuma causar pneumonias graves, além do risco de parada respiratória por obstrução da via aérea.

Mas afinal, o que é o coma induzido ?

O chamado coma induzido é nada mais do que uma sedação farmacológica controlada. As pessoas tendem a imaginar que o coma induzido é uma forma de desligar o cérebro para que esse descanse e possa se recuperar de uma agressão. Na verdade o cérebro nunca para. Ele é quem controla funções vitais como a frequência cardíaca, respiratória, temperatura corporal... Se realmente desligássemos o cérebro, o paciente morreria. O que fazemos é dar medicamentos que causem sedação.

A causa mais comum de indução de sedação é o uso de ventilação mecânica. Imagine um tubo na sua garganta estimulando movimentos respiratórios através de fluxos cíclicos de ar. Imagine você querer expirar e a maquina inspirar, você querendo respirar devagar e maquina respirar rápido, você querer tossir e a máquina não deixar, etc.. Para ocorrer uma ventilação mecânica eficaz, o paciente não pode "brigar" com o ventilador, por isso costuma estar sedado.

Doentes que apresentam intensa dor também podem ser sedados. Pessoas com quadro de agitação que possam cair da cama ou que coloquem em risco seu tratamento, como aqueles que arrancam soros e não colaboram com procedimentos médicos de risco, também costumam receber sedativos.

Durantes as cirurgias com anestesia geral, os doentes são sedados e ficam em ventiladores mecânicos. Muitas vezes, ao final do ato cirúrgico, os pacientes não conseguem manter um boa oxigenação por conta própria e precisam permanecer no ventilador por mais algum tempo. Logo, precisam também ser mantidos sob sedação (coma induzido).

Portanto, o coma induzido é uma manobra que nós médicos utilizamos para podermos implementar o tratamento necessário para manter um paciente grave vivo. Nós na verdade não chamamos de coma, mas sim de sedação. Existe inclusive uma escala diferente da escala Glasgow de coma, descrita anteriormente, chamada de "escala de Ramsey de sedação". Quanto maior a sedação, maior o valor atribuído, variando de 1 a 6.

Chamamos de coma apenas os casos de redução do nível de consciência não provocados intencionalmente pela equipe médica.

É também importante destacar que mesmo pessoas em coma podem precisar de sedação. Dou o exemplo de um politraumatizado. Esta pessoa pode ter um traumatismo craniano e estar em um grau de coma que não seja suficiente para estar vigil, porém, não é tão profundo que consiga ficar conectado a um ventilador mecânico sem brigar com a máquina. Nestes casos é necessário sedar o paciente e aprofundar seu coma para que ele possa ser tratado. Depois de alguns dias, dependendo da melhora clínica, retira-se a sedação para se poder avaliar o verdadeiro grau da lesão neurológica.
-----------------------------------------------------



Leia mais: https://www.mdsaude.com/2008/10/coma-induzido.html#ixzz0lgSgXRCV

 

 

CÂNCER (CANCRO) | SINTOMAS E DEFINIÇÕES

Posted: 11 May 2010 03:44 PM PDT


 

O câncer não é uma doença única, e sim um conjunto de doenças. Entenda melhor o que é um câncer e descubra os principais sintomas.


O câncer (para brasileiros) ou cancro (para os resto dos países lusófonos) é o termo usado para designar mais de 100 doenças diferentes, que apresentam em comum, o crescimento desordenado de células anormais que possuem capacidade de invadir tecidos e se espalhar para outras regiões do corpo através dos vasos.

COMO SURGE UM CÂNCER?

É um processo complicado, mas vou tentar escrever do jeito mais simples possível. Mais uma vez a descrição não será 100% exata, já que esse texto não é voltado para estudantes da área de saúde.

O ciclo básico de vida de uma célula é se multiplicar quando necessário e morrer quando se torna velha ou quando sofre alguma lesão na sua estrutura.

As nossas células são programas para se auto-destruírem em caso de alteração da sua conformação original, principalmente se houver lesão no DNA (código genético da célula, que determina suas características), não passível de reparo. Esta auto-destruição se chama apoptose. Este mecanismo evita que lesões no DNA possam ser perpetuadas através da multiplicação de células anômalas.

Lesões celulares ocorrem diariamente em nosso organismo e são amplificadas pelo cigarro, radiação e produtos químicos, todas substâncias com alto potencial de lesão do DNA (carcinógenos). Só o cigarro possui mais de 4000 substâncias comprovadamente carcinógenas.

Graças a apoptose, não desenvolvemos câncer a todo momento.


O processo de multiplicação celular e apoptose é controlado por um grupo de genes chamado de protooncogenes. São os genes supressores de tumor. O câncer começa a surgir quando ocorrem mutações nesses protooncogenes, fazendo com que suas funções sejam abolidas. Os genes alterados passam a se chamar oncogenes, e em vez de impedir a formação de tumores, passam a estimulá-los.

A partir desse momento as células com alterações estruturais não só conseguem se multiplicar, como estão protegidas da apoptose. Portanto, são células se proliferam rapidamente e não morrem. Estas são as células cancerígenas.

Existem vários tipos de protooncogenes, cada tipo de câncer está relacionado a um ou mais desses. Os diferentes tipos de oncogenes explicam porque algumas famílias apresentam tendência a desenvolverem alguns tipos de câncer e porque o cigarro causa câncer de pulmão em alguns, de boca em outros, de bexiga, rins etc... A ausência de ativação de oncognes específicos também explica porque alguns fumantes nunca desenvolvem câncer.

POR QUE O CÂNCER LEVA A MORTE ?

As células cancerígenas além de se multiplicarem, conseguem produzir seus próprios vasos sanguíneos, o que permite a elas receberem nutrientes e formarem as massas de células chamada de tumores. Outro fator determinante é a capacidade dessas células anômalas de alcançarem a circulação sanguínea e viajarem pelo corpo.

Quanto mais lesão tiver sofrido o DNA da célula, mais diferente ela será da célula que lhe deu origem. E se ela é diferente, não consegue despenhar as funções vitais que a original exerce. Então, passamos a ter um quadro onde células que não desempenham nenhuma função se multiplicam de modo muito mais rápido que o normal e passam não só a competir por alimento, como invadem e tomam o lugar das células normais.

Depois de um tempo passamos a ter um pulmão em que a maioria das células não consegue captar oxigênio, um intestino que não absorve nutrientes, um rim que não produz urina... Além disso, temos uma massa tumoral que cresce tanto que começa a esmagar e obstruir outros tecidos e vasos importantes. Um tumor do pescoço pode comprimir a traqueia e causar asfixia, um tumor de intestino obstrui a passagem das fezes, um tumor cerebral pode comprimir o cérebro contra o crânio etc...

A célula cancerígena tem a capacidade de invadir tecidos próximos e alcançar vasos sanguíneos, podendo viajar pela circulação e acometer outros órgãos distantes. Este processo se chama metástase. Os tumores benignos são aqueles que não tem capacidade de metastizar.

Alguns termos para melhor compreensão:

·         Câncer - São células anômalas com capacidade de multiplicação, invasão a distância e de destruição. O câncer é sempre maligno.

·         Tumor - É o aumento anormal de um tecido, pode ser maligno ser for criado por células cancerígenas, mas pode ser benigno se for por células sem características de câncer.

·         Neoplasia - Semelhante a tumor.

·         Carcinoma - Câncer originado das células epiteliais (tipo de células que recobre a pele e a maioria dos órgãos).

·         Sarcoma - Câncer originado de células de músculos, gordura, osso e cartilagem.

·         Leucemia - Câncer que se origina de células do sangue na medula óssea. (leia: LEUCEMIA - Sintomas e Tratamento)

·         Linfoma - Câncer que se origina das células de defesa do organismo

Quais são os sintomas comuns a todos os cânceres?

Como eu já disse, existem vários tipos de câncer, e cada um tem sua apresentação clínica distinta. Um tumor cerebral tem sintomas completamente diferentes de um tumor de próstata.

Porém, os cânceres apresentam um grupo de sinais e sintomas que são mais ou menos comuns a todos.

DOR

É conhecido de todos que doentes com câncer sofrem de dores crônicas. Mas por que isso acontece?A maioria das dores do cânceres são de origem óssea, principalmente pelas metástases. Qualquer tumor pode metastizar para os ossos, e doentes em fases terminais podem apresentar várias fraturas espontâneas pelo corpo. A cefaléia (dor de cabeça) também é um sintoma comum e pode ocorrer por metástases para o crânio, compressão do cérebro pelo tumor, lesões hemorrágicas ou compressão dos nervos faciais. A compressão de nervos periféricos pela massa tumoral pode ser causa de dor em qualquer local do corpo. A dor também pode ser um efeito colateral da quimioterapia e da radioterapia.

CAQUEXIA

A caquexia é uma diminuição do apetite associado a rápida perda de peso e massa muscular. Diferente da desnutrição comum, a caquexia se caracteriza por uma perda de peso desproporcional a falta de ingestão calórica, que normalmente não é corrigida mesmo com uma alimentação forçada.As células tumorais produzem substâncias que agem diretamente no tecido muscular e adiposo (gorduroso), levando ao seu consumo. Por isso, doentes com câncer apresentam tanta dificuldade em ganhar peso.

FADIGA

O cansaço crônico do doente neoplásico pode ser causado pela própria caquexia, por anemia, por dificuldade em dormir (normalmente pela dor), e pela ação direta de substâncias produzidas pelo tumor.Também pode ser um efeito secundário do tratamento.

ANEMIA

A anemia é um achado quase universal nos cânceres. Qualquer doença crônica pode causar uma inibição na produção de hemácias pela medula óssea, e o câncer não é diferente. A anemia pode ser também por sangramentos do tumor, por inibição da absorção de ferro, por invasão tumoral da medula óssea ou por ação direta da quimioterapia e da radioterapia.

TROMBOSE

Pacientes com tumores malignos tendem a apresentar um estado de hipercoagulabilidade, ou seja, o sangue inapropriadamente coagula dentro do próprio vaso, formando trombos (leia sobre trombos no texto sobre AVC).Pode haver trombose de artérias e veias, assim como uma síndrome gravíssima chamada de "coagulação intravascular disseminada" (CIVD), onde a cascata da coagulação começa a ser ativada no corpo todo ao mesmo tempo, levando a formação simultânea de trombos e hemorragias difusas.

A ocorrência de trombose pode ser o primeiro sinal de uma neoplasia, e às vezes, antecede o diagnóstico de câncer em vários meses.

Sintomas específicos dos principais tipos de câncer

Além dos sintomas inespecíficos, listados acima, comuns a quase todos os tipos de cânceres, cada um apresenta ainda um conjunto de sintomas específicos relacionado ao órgão acometido.

1) Sintomas do câncer de pele (leia: Câncer de pele (Cancro de pele))

O câncer de pele é o tipo de câncer mais comum no Brasil. Ocorre principalmente em pessoas com mais de 40 anos e é muito raro em crianças e negros.

Existem vários tipos diferentes de câncer de pele, sendo o carcinoma basocelular,o carcinoma epidermóide e o melanoma, os mais comuns.

Os sintomas mais comuns do câncer de pele são manchas na pele, que podem ser muito parecidos com novos sinais ou pintas, porém, que mudam de forma, tamanho e cor. O câncer também pode se manifestar como feridas que não cicatrizam após 4 semanas.

2) Sintomas do câncer de próstata (leia: CÂNCER DE PRÓSTATA)

O câncer de próstata é o mais comum no sexo masculino, porém, apresenta mortalidade menor que os cânceres de pulmão e melanoma. É um câncer que apresenta crescimento lento, podendo levar vários anos até causar sintomas. Atualmente a maioria dos cânceres de próstata são detectados antes de existirem sintomas clínicos da doença

Quando há sintomas do câncer de próstata, estes são dificuldade para urinar, com redução da força do jato urinário, dor para urinar, vontade frequente de urinar e, mais raramente, hematúria (leia: HEMATÚRIA (URINA COM SANGUE )). Dores ósseas podem ocorrer em fases avançadas, quando já há metástases para os ossos.

3) Sintomas do câncer de mama (leia: CÂNCER DE MAMA - Sintomas e diagnóstico)

O câncer de mama é o câncer mais comum nas mulheres. É raro antes dos 35 anos e é mais comum em pacientes com história familiar positiva.

Os sintomas mais comuns do câncer de mama são o aparecimento de nódulos ou tumorações nas mamas, alterações na textura da pele, retrações do mamilo e linfonodos nas axilas.

4) Sintomas do câncer de pulmão

O câncer de pulmão é segundo tumor maligno mais comum quando se leva em conta homens e mulheres, e é o que apresenta maior mortalidade. Mais de 90% dos casos ocorrem em fumantes (leia: COMO E PORQUE PARAR DE FUMAR CIGARRO). Existem 4 tipos de câncer de pulmão : carcinoma de pequenas células, carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e o carcinoma de grandes células.

Os sintomas mais comuns do câncer de pulmão são a tosse crônica, escarro com sangue (leia: TOSSE E ESCARRO COM SANGUE), dor torácica, falta de ar (leia: FALTA DE AR (DISPNEIA)) e infecções pulmonares de repetição.

5) Sintomas do câncer de cólon

O câncer colo-retal agrange os tumores que acometem o intestino grosso e o reto. É dos cânceres mais comuns em homens e mulheres acima dos 50 anos.

Os principais sintomas do câncer de cólon são a anemia por perda crônica de sangue nas fezes, que pode ser perceptível ou não, dores abdominais, massas palpáveis no abdômen, constipação intestinal, dirreía crônica (leia: DIARRÉIA. SINAIS DE GRAVIDADE E TRATAMENTO ) e dor ao evacuar.

6) Sintomas do câncer de colo do útero (leia: HPV | CÂNCER DO COLO DO ÚTERO | Sintomas e vacina)

O câncer de colo uterino está intimamente relacionado a infecção pelo vírus HPV, transmitido por via sexual.

Os principais sintomas do câncer de colo de útero são sagramentos vaginais e dor pélvica, porém, só ocorrem em fases tardias da doença.

7) Sintomas do linfoma (leia:  O QUE É UM LINFOMA ?)

8) Sintomas da leucemia (leia: LEUCEMIA - Sintomas e Tratamento)

9) Sintomas do mieloma múltiplo (leia: MIELOMA MÚLTIPLO | Sintomas e tratamento)

 

 

 

 

DERRAME PLEURAL - Tratamento, sintomas e causas

Posted: 27 Apr 2010 04:21 PM PDT


Derrame pleural, popularmente conhecido como água na pleura ou água no pulmão, é o nome dado ao acúmulo anormal de líquidos na pleura, membrana que envolve o pulmão. O derrame pleural não é uma doença, mas sim, uma manifestação comum de várias doenças diferentes. Portanto, uma vez diagnosticada a presença de derrame, o próximo passo é investigar a sua causa.

Para entender o derrame pleural, é preciso antes conhecer e entender a pleura.

O que é a pleura?

Assim como a meninge é a membrana que envolve o cérebro e o pericárdio é a membrana que envolve o coração, a pleura é o nome dado à membrana que envolve os pulmões.

obs. dizer pleura do pulmão é um pleonasmo já que não existe nenhuma outra pleura, a não ser aquela que envolve o pulmão. O termo correto é simplesmente pleura.

 Pleura
A pleura é composta por duas camadas, a pleura visceral que é a camada interior e fica colada ao pulmão, e a pleura parietal, camada mais externa que fica em contato com as estruturas anatômicas ao redor dos pulmões.

Entre as duas camadas de pleura existe um espaço mínimo, de 20 micrômetros (0,02 milímetro), chamado de cavidade pleural, ou espaço pleural. Dentro dele encontra-se uma pequeníssima lâmina de líquido, que faz papel de lubrificante, impedindo o atrito entre as duas camadas de pleura quando os pulmões se enchem e quando se esvaziam de ar. Este líquido recebe o óbvio nome de líquido pleural.

 Pleura
O volume normal de líquido dentro da cavidade pleural é de aproximadamente 0,2 ml por kg de peso, ou seja, algo em torno de 12 ml em um indivíduo de 60 kg.

A pleura é altamente vascularizada e o seu líquido é constantemente renovado a uma taxa de 0,6ml/h. Os microvasos sanguíneos e linfáticos que irrigam a pleura são os responsáveis por trazer e levar o líquido pleural, mantendo sempre um volume constante dentro da cavidade. Quando há uma perturbação deste balanço, começa a haver retenção de líquidos no espaço pleural e o derrame se forma.

Tipos e causas de derrame pleural

O derrame pleural é dividido basicamente em dois tipos, sendo esta distinção importante para o estabelecimento da causa.

1) Transudato = O líquido pleural transudativo é claro e transparente, sem células, com baixa concentração de proteínas, indicando um acúmulo de um líquido semelhante ao líquido pleural normal.

O derrame pleural que se manifesta com líquido tipo transudato é normalmente causado por:

- Insuficiência cardíaca (leia: INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - CAUSAS E SINTOMAS)
- Cirrose (leia: CIRROSE HEPÁTICA - Causas e Sintomas)
- Síndrome nefrótica (leia: PROTEINÚRIA, URINA ESPUMOSA E SÍNDROME NEFRÓTICA)
- Insuficiência renal avançada (leia: INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA - SINTOMAS)
- Hipotireoidismo descompensado (leia: HIPOTIREOIDISMO (TIREOIDITE DE HASHIMOTO))
- Diálise peritonial

Em geral, qualquer doença que evolua com ascite pode também cursar com derrame pleural, pois há comunicação entre a cavidade abdominal e o tórax (leia: O QUE É ASCITE?).

2) Exudato = O líquido pleural exudativo é rico em proteínas e células inflamatórias, tem aparência mais viscosa e opaca, por vezes, com sinais de sangue misturado, podendo no casos de infecções se apresentar tipicamente como uma coleção de pús (leia: O QUE É INFLAMAÇÃO?).

O derrame pleural que se manifesta com um líquido tipo exudato, normalmente ocorre por inflamação da pleura, podendo ser causado por vários grupos diferentes de doenças, incluindo infecções, doenças sistêmicas e cânceres. As doenças mais comuns que causam derrame pleural exudativo são:

- Pneumonia (leia: SINTOMAS DA PNEUMONIA)
- Tuberculose (leia: SINTOMAS DE TUBERCULOSE)
- Cânceres com metástases para a pleura (leia: CÂNCER - SINTOMAS E DEFINIÇÕES)
- Linfoma (leia: O QUE É UM LINFOMA?)
- Embolia pulmonar (leia: EMBOLIA PULMONAR)
- Lúpus (leia: LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO)
- Artrite reumatóide (leia: ARTRITE REUMATÓIDE)
- Outras doenças auto-imunes (leia: DOENÇA AUTO-IMUNE)
- Pancreatite (leia: PANCREATITE CRÔNICA E PANCREATITE AGUDA)
- Síndrome de hiperestimulação ovariana (leia: CITRATO DE CLOMIFENO - Clomid®)
- Radioterapia

A distinção entre exudato e transudato é feita através da dosagem de proteínas no líquido, explicada mais abaixo.

Quando ocorre o acúmulo de um líquido francamente purulento, damos o nome de empiema pleural. Existem ainda outros tipos de líquidos que podem se acumular na pleura, como:

- Sangue, chamado de hemotórax, que costuma ocorrer nos traumas penetrantes do pulmão.
- Urina, chamado de urinotórax, condição rara que pode ocorrer em obstruções das vias urinária.
- Triglicerídeos e lipídeos, chamado de quilotórax, normalmente causado por obstrução dos vasos linfáticos da pleura.

Quais os sintomas do derrame pleural?

Derrame PleuralQuanto maior for o derrame, e quanto mais rápido ele se forma, mais sintomas ele causará.

Quando olhamos para a ilustração ao lado demonstrando a compressão de um pulmão pelo excesso de líquido pleural, não é difícil entender por que o sintoma mais comum do derrame pleural é a falta de ar, chamada em medicina de dispnéia.

Quando o derrame surge subitamente, a falta de ar é mais evidente. Quando ele se forma lentamente, e se associado a outras doenças que também causam falta de ar como insuficiência cardíaca, ele pode passar despercebido por algum tempo.

Alguns derrames pleurais podem ser tão volumosos quanto 4 litros, o que é suficiente para comprimir completamente o pulmão afetado.

Outro sintoma comum do derrame pleural é a dor torácica que costuma ocorrer quando a pleura está irritada. Esta é uma dor em pontada que se agrava toda vez que o paciente respira fundo. Este tipo de dor recebe o nome de dor pleurítica. Muitas vezes há também uma tosse seca irritativa.

A dor e a falta de ar são basicamente os dois sintomas próprios do derrame. Os outros sintomas que normalmente acompanham o quadro costumam ocorrer devido a doença de base, como febre e tosse na pneumonia, tosse com raias de sangue no câncer de pulmão, ascite na cirrose, pernas inchadas na insuficiência cardíaca, e assim por diante.

Como se faz o diagnóstico do derrame pleural?

Um exame físico bem feito, com uma boa auscultação dos pulmões, é capaz de sugerir a presença do derrame pleural sempre que houver mais de 300 ml de líquido acumulado. O excesso de líquido se entrepõe ao pulmão e as costas, e os ruídos pulmonares ficam inaudíveis.

Derrame Pleural
Quando a história clínica e o exame físico sugerem a presença do derrame pleural, a confirmação pode ser feita com uma simples radiografia de tórax.

O derrame pleural se mostra como uma grande mancha branca no local onde deveria estar sendo visto apenas o pulmão cheio de ar.

Para ser detectado pela radiografia simples, o derrame pleural deve ter pelo menos 75 ml de líquido. Quando há dúvidas, uma opção é fazer outra radiografia com o paciente deitado de lado, fazendo com que o líquido escorra ao longo das costelas. Esta técnica permite diagnosticar derrames menores que 50 ml.

Exames como a tomografia computadorizada e a ultrassonografia conseguem detectar coleções de líquidos mínimas, como meros 10 ml.

Uma vez diagnosticado o derrame pleural, a não ser que a sua causa seja óbvia, como em cirróticos com grande ascite, na síndrome nefrótica descompensada ou na insuficiência cardíaca grave, o seu líquido deve ser analisado visando a determinação da sua composição.

Derrame Pleural - toracocenteseO único jeito de se abordar o líquido pleural é através de um procedimento chamado toracocentese, que consiste na inoculação de uma agulha entre as costelas do paciente até se chegar ao espaço pleural. Normalmente colhe-se entre 50 e 100 ml do derrame.

O líquido colhido pode ser analisado de forma a se determinar a presença de exudato ou transudato, de células cancerígenas e de bactérias.

Além da toracocentese para o diagnóstico, nos casos de derrame pleural volumoso pode-se implantar um pequeno tubo para drenagem de volumes maiores de líquido a fim de desobstruir o pulmão afetado.

As principais complicações da toracocentese são hematomas no local da punção, contaminação do derrame pleural por bactérias da pele e pneumotórax (leia: O QUE É UM PNEUMOTÓRAX ?).

Se os exames acima não identificarem a causa do derrame pleural, ainda pode-se realizar um toracoscopia, com introdução de um endoscópio dentro da cavidade pleural para visualização da pleura e dos pulmões e eventual realização de uma biópsia.

Tratamento do derrame pleural

Como foi dito no início deste texto, o derrame pleural não é uma doença em si, mas um sinal de uma doença. Portanto, a simples drenagem do líquido é apenas um procedimento paliativo, já que, se a causa não for tratada, a maior hipótese é de que o derrame se forme novamente.

O derrame pleural será resolvido assim que a doença que o está causando for controlada. Infecções são controladas com antibióticos, insuficiência renal com hemodiálise, doenças auto-imunes com imunossupressores etc...

Em alguns casos, quando a doença de base não tem tratamento, como nos cânceres metastáticos, uma opção para se evitar a formação repetida de derrames pleurais é a esclerose da cavidade pleural. Injeta-se uma substância irritante dentro da pleura causando uma grande cicatrização da mesma e aderência dos folhetos parietal e visceral, eliminado assim, o espaço pleural.
----------------------------------------
Leia também:
- TOSSE E ESCARRO COM SANGUE
- FALTA DE AR (DISPNEIA)
- O QUE É ANEMIA ?
- DPOC - ENFISEMA E BRONQUITE CRÔNICA
- CÂNCER DE MAMA - Sintomas e diagnóstico
- ENTENDA OS RESULTADOS DO SEU HEMOGRAMA

 

 

MDSaude. Um Blog médico para pacientes

 

SÍNDROME DE GILBERT, CRIGLER-NAJJAR e DUBIN-JOHNSON

Posted: 03 May 2010 11:37 AM PDT


As síndromes de Gilbert, Crigler-Najjar e Dubin-Johnson são 3 doenças que ocorrem por uma alteração do fígado de origem genética, interferindo no metabolismo normal das bilirrubinas e levando ao surgimento da icterícia.

Antes de falarmos especificamente sobre cada uma dessas síndromes, uma rápida explicação sobre o que são icterícia e bilirrubinas se faz necessária.

O que são as bilirrubinas e o que causa a icterícia?

Nossas hemácias (glóbulos vermelhos) têm uma vida média de 120 dias. Quando elas ficam velhas, são levadas para o baço onde são destruídas, liberando um pigmento chamado bilirrubina. Este é então transportado para o fígado onde será metabolizado e eliminado nas fezes.

Icterícia
Icterícia - pele e olhos
Um dos sinais típicos de doença do fígado é a perda da capacidade do mesmo em metabolizar as bilirrubinas, fazendo com que estas se acumulem no sangue e, posteriormente, se depositem na pele. O excesso de bilirrubina provoca um tom amarelado na pele e nos olhos chamado de icterícia.

Existem 2 tipos de bilirrubina: (1) a indireta ou inconjugada, que é aquela que não foi processada pelo fígado, e (2) a direta ou conjugada, que é aquela que já passou pelo fígado mais ainda não foi excretada em direção ao intestino para ser eliminada nas fezes.

A única maneira do corpo eliminar a bilirrubina indireta produzida diariamente pela destruição das hemácias velhas é através da sua conjugação em bilirrubina direta no fígado. Somente a bilirrubina direta consegue ser excretada na bile para ser eliminada nas fezes, impedindo sua acumulação.

A icterícia pode ser causada por acúmulo de bilirrubina indireta quando o fígado não consegue transformá-la em direta ou quando ocorre subitamente uma grande destruição das hemácias, ou direta, quando há alguma obstrução que impeça a eliminação da bilirrubina direta nas fezes. Se quiser saber mais detalhes sobre icterícia e metabolismo das bilirrubinas, sugiro a leitura de ICTERÍCIA NO ADULTO E ICTERÍCIA NEONATAL.

a) Síndrome de Gilbert

A síndrome de Gilbert, também chamada de disfunção hepática constitucional, é uma doença genética que acomete cerca de 5 a 10% da população mundial. É uma doença benigna que não causa maiores problemas de saúde.

A síndrome é causada por um defeito em uma gene chamado UGT1A, responsável pela produção da enzima glucoronil transferase, que por sua vez, é responsável pela transformação da bilirrubina indireta em direta. Na síndrome de Gilbert esta enzima apresenta uma redução na sua atividade em até 80%, acarretando em um acúmulo de bilirrubina indireta no sangue.

Para se ter a síndrome de Gilbert é preciso receber uma cópia defeituosa do gene UGT1A tanto da mãe quanto do pai. Quem recebe uma cópia defeituosa e outra normal, costuma apresentar apenas uma discreta alteração das bilirrubinas e não desenvolve a síndrome completamente. Cerca de 30% da população carrega apenas um gene UGT1A defeituoso e, na maioria das vezes, sequer desconfia deste fato.

Sintomas da síndrome de Gilbert

Mesmo naqueles com 2 cópias defeituosas do gene, a doença costuma ser assintomática, ou quase. Nestes, os apenas 20-30% de função da glucoronil transferase são suficientes para se manter as bilirrubinas em um nível sanguíneo abaixo dos 3,0 mg/dl, o que não causa uma icterícia facilmente identificável.

Na maioria dos pacientes com síndrome de Gilbert, a icterícia só ocorre em períodos de estresse, como em jejum prolongado, exercícios físicos extenuantes, doença febril (leia: O QUE SIGNIFICA E POR QUE TEMOS FEBRE ?), desidratação, hemólise (destruição anormal das hemácias) ou, em algumas mulheres, durante o período menstrual.

Muitos casos de Gilbert são descobertos acidentalmente através de análises de sangue de rotina para avaliação da função hepática (leia: O QUE SIGNIFICAM TGO, TGP, GAMA GT e BILIRRUBINA?). O paciente nunca se queixou de nada, mas apresenta níveis de bilirrubina indireta acima dos valores de referência. O resto das análises do fígado (TGO, TGP, Fosfatase alcalina e Gama-GT) encontram-se normais.

Consequências da síndrome de Gilbert

Como já foi dito, a síndrome é benigna e não causa maiores problemas de saúde. Na verdade, atualmente se discute se a pequena e constante elevação da bilirrubinas sanguíneas desta síndrome não é um fator de proteção contra doenças cardíacas e alguns tipos de cânceres. O paciente com síndrome de Gilbert vive tanto quanto qualquer outro e com a mesma qualidade de vida.

Tratamento da síndrome de Gilbert

Não há necessidade de se tratar a síndrome de Gilbert, porém, alguns cuidados são necessários. A mesma enzima glucoronil transferase que transforma a bilirrubina indireta em direta, também é responsável pela metabolização de algumas drogas no fígado, como o anticancerígeno Irinotecan e o antiviral Indinavir.

Não há dieta especial, nem nenhum tipo de atividade restrita para quem tem a síndrome. O consumo de álcool deve ser moderado como em qualquer indivíduo (leia: EFEITOS DO ÁLCOOL E ALCOOLISMO).

b) Síndrome de Crigler-Najjar

A síndrome de Crigler-Najjar é outra doença genética causada por defeitos no metabolismo das bilirrubinas, Ao contrário da síndrome de Gilbert que é benigna e relativamente comum, a Crigler-Najjar é muito rara pode levar a complicações sérias. Estima-se que ocorra em 1 a cada 1 milhão de nascimentos.

O mecanismo é semelhante ao Gilbert, devido a um defeito na produção da enzima glucoronil transferase, porém, na Crigler-Najjar a sua deficiência é muito mais grave. Na síndrome de Crigler-Najjar tipo 1 há praticamente 0% de glucoronil transferase funcionante, enquanto que na síndrome de Crigler-Najjar tipo 2, a sua função é de apenas 10%.

Sintomas da síndrome de Crigler-Najjar

Na síndrome de Crigler-Najjar tipo 1, o recém-nascido já apresenta icterícia persistente logo após o nascimento, podendo desenvolver uma intoxicação cerebral pelo excesso de bilirrubinas, chamada de kernicterus, que pode levar à morte. Enquanto no Gilbert a bilirrubina costuma ficar ao redor de 3 mg/dl, na síndrome de Crigler-Najjar tipo 1 esta pode chegar até 50 mg/dl, ultrapassando em muito o limite da toxicidade.

Na síndrome de Crigler-Najjar tipo 2, o quadro é mais brando e a icterícia pode surgir após alguns anos de vida. A ocorrência de kernicterus é rara e a bilirrubina costuma ficar ao redor de 10 a 20 mg/dl neste grupo.

Tratamento da síndrome de Crigler-Najjar

FototerapiaNa síndrome de Crigler-Najjar tipo 1 o tratamento deve ser instituído logo após o nascimento na tentativa de se evitar a ocorrência do kernicterus.

A fototerapia é um procedimento onde o recém-nascido é colocado durante 12h por dia sob uma luz azul fluorescente que age quebrando a molécula de bilirrubina em pedaços, facilitando a sua excreção na urina e nas fezes. Deste modo, o corpo consegue reduzir seus níveis de bilirrubina indireta sem precisar conjugá-la em direta.

Este tratamento é realizado a longo prazo e quanto mais velha for a criança, menor sua eficácia devido ao fato da pele ir se tornando cada vez mais grossa conforme ela cresce.

Além da fototerapia, a troca frequente do plasma sanguíneo através de um procedimento chamado plasmaferese também é muito importante no controle dos níveis de bilirrubina (leia: PLASMAFERESE - Para que serve e como ela funciona?).

Estes dois tratamentos descritos acima são apenas temporários uma vez que apenas baixam provisoriamente os níveis de bilirrubina, sem atuar na causa da síndrome. Eles são importantes para evitar o aparecimento do kernicterus, porém, o único tratamento definitivo é o transplante de fígado.

Na síndrome de Crigler-Najjar tipo 2, os 10% de ação da glucoronil transferase costumam ser suficientes para não ocorrer o kerniocterus. Porém, se não há evidente risco de morte e de sequelas neurológicas na maioria dos casos, a icterícia costuma ser exuberante e esteticamente indesejável. Nestes casos, pode-se indicar o uso de fenobarbital, uma droga usada como anticonvulsivante mas que também tem como efeito a redução de até 25% dos níveis de bilirrubinas no sangue.

c) Síndrome de Dubin-Johnson

A síndrome de Dubin-Johnson também é uma doença genética que cursa com aumento das bilirrubinas e icterícia sem outras alterações nas análises do fígado. Porém, ao contrário das síndromes de Gilbert e Crigler-Najjar, neste caso a bilirrubina que se acumula é direta (conjugada).

Na síndrome de Dubin-Johnson o fígado consegue conjugar normalmente a bilirrubina indireta em direta, porém, ele é incapaz de secretá-la através da bile para ser eliminada nas fezes.

A síndrome de Dubin-Johnson também é benigna e os níveis de bilirrubinas costumam ser baixos. Não há tratamento específico e o fenobartibal pode ser usado em casos de icterícia mais clínicamente visível.
.............................................
Leia também:
- INDICAÇÕES E EFEITOS DA PREDNISONA E CORTICÓIDES
- HEPATITES
- O QUE É ESTEATOSE HEPÁTICA?
- ÁLCOOL X REMÉDIOS E EFEITO ANTABUSE
- VERMES E EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES
...........................................